Saiba como investir do jeito certo e driblar o cenário de instabilidade econômica global

*Victor Deischl, CFA, Cofundador e Gestor de Investimentos da Rubik Capital

Autor: De Assessoria de ImprensaFonte: Victor Deischl

A instabilidade econômica internacional tem sido uma constante nos últimos anos. Diversas nações vêm enfrentando desafios simultâneos, o que não abre margem para os investidores esperarem que essas situações se resolvam sozinhas. É preciso ser proativo e encontrar soluções para blindar os seus bens por conta própria.

Este contexto é ainda mais delicado, exigindo cautela e estratégias bem fundamentadas, quando olhamos para o perfil de investidores Private e Ultra-High Net Worth (UHNW). Digo isso porque proteger o patrimônio não envolve apenas preservar os ganhos, mas também garantir que esse indivíduo esteja bem posicionado para aproveitar oportunidades futuras.

Iniciando com a diversificação
A diversificação é o primeiro passo para quem quer resguardar as suas posses em tempos de incerteza econômica. Investir em ativos descorrelacionados, ou seja, que não reagem da mesma maneira às oscilações do mercado, é essencial. Assim, ao invés de concentrar o portfólio em um único país ou setor, o investidor consegue se blindar por meio de moedas fortes, como o dólar norte-americano e o euro.

Além disso, há também uma questão geográfica nesse movimento, que afasta os riscos presentes em crises locais. O próprio contexto brasileiro tende a ser sempre limitador, afinal, enfrentamos pressões econômicas e políticas praticamente a todo momento.

Manutenção de liquidez e risco controlado
Outro ponto a ser considerado em períodos de instabilidade econômica global é que grandes correções de mercado costumam ser comuns. Dessa forma, ter uma parcela maior do patrimônio em ativos líquidos permite que o investidor se beneficie em grandes quedas, comprando ativos de risco a preços mais baixos, além do fator da baixa volatilidade, que resguardam o investidor em casos de pessimismo exagerado do mercado como um todo.

Ainda vale frisar que o investidor não deve correr riscos desnecessários dentro desse âmbito. Um exemplo clássico é o de um cliente do agronegócio que já tem exposição a esse setor por meio do seu core business. Se ele optar por investir uma parcela significativa de seu patrimônio no mesmo segmento, acabaria exposto a um só risco, ou seja, quando o setor tiver uma performance aquém, a sua renda ativa e passiva também sofrerão.

Por essa razão, os ativos mais indicados para economias em estágio de late cycle/recessão são títulos do tesouro, bens de consumo essenciais, utilities, health care e real estate, que geralmente mantêm a demanda em crises econômicas. O mesmo se pode dizer da área de tecnologia como um todo, a qual vem entregando um sólido aumento de produtividade - vide a trajetória ascendente da inteligência artificial.

Atenção e especialização
Por fim, não há como não pensarmos na taxa de juros norte-americana como um dos principais drivers da economia global, sendo um fator-chave para proteger os investimentos em cenários instáveis. Ela impacta diretamente o custo de funding das empresas e os retornos dos ativos, porque qualquer alteração que sofra tende a gerar reflexos mundiais.

Logo, os “leading indicators” do local (índice de confiança do consumidor, taxa de desemprego, dados de varejo, pedidos de empréstimo etc.) são tópicos a serem analisados ininterruptamente. Essas informações costumam antecipar mudanças que partem de dentro dos Estados Unidos para o resto do globo, afetando, ao final, patrimônios individuais.

No entanto, aqui devemos abrir um parênteses e entender que é preciso saber como realizar esse monitoramento da forma correta. Para isso, a ajuda especializada é indispensável.

Serviços como os Multi Family Offices (MFOs) são excelentes provas de como construir um planejamento sucessório e patrimonial qualificado, já que trazem uma perspectiva de gestão única para os investidores. Os especialistas sabem, por exemplo, como agir mediante as expectativas de aumento no diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos, explorando uma potencial valorização do real. Ou ainda que fundos de gestão ativa tendem a performar melhor nesses períodos do que fundos passivos, que são mais eficientes em contextos estáveis.

Para completar, esses gestores também são imprescindíveis para auxiliar os clientes a “manter o pé no chão”, evitando decisões impulsivas. Comportamentos de manada, em que o investidor segue o movimento de outros sem avaliar as circunstâncias por conta própria, e o de aversão à perda, que leva a movimentos equivocados por medo de perder capital, podem gerar prejuízos muitas vezes irreversíveis.

Nessas horas, a cautela e a capacidade de tomar decisões embasadas são essenciais. E só um profundo conhecimento de causa e da economia global proporcionam essas características.

*Engenheiro de Produção e com MBA pela University of South Florida, Victor é CFA Charterholder, com certificação CGA e Series 65. Victor tem mais de oito anos de experiência nos setores financeiro, administrativo e de logística. Já atuou como analista em empresas como RK Investimentos e CdR Hollander Asset Management, além de empreender no segmento industrial com a MDPlast.

Victor é cofundador da Rubik Capital, onde desde 2020 atua como gestor de renda fixa e crédito privado, tanto onshore quanto offshore.

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